terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Desculpas ao pato





Querido Patinho,

De certeza que pensaste que tinha sido uma grande barbaridade arrancar-te

do teu lago, onde com a família desfrutavas o prazer de viver, nadar, flutuar, pois apenas com um pequeno movimento das tuas patinhas, deslizavas suavemente sobre as águas. Julgo que os peixinhos vermelhos que habitavam no teu mundo aquático já deram pela tua falta.

Mas, olha, venho contar-te a alegria e o prazer que nos proporcionaste, a nós Homens,

Costa e Gouveia, reunidos à tua volta, cozinhado, bem temperado com amizade e simpatia. Desculpa-nos, foi à custa da tua vida, que nos sentimos tão felizes, naquele dia de sol dourado, a família reunida a saudar o casalinho que está a se preparar para ‘arrancar’ a sério, para a vida. Reflecte, patinho querido, no que à tua volta se desenrolou: um convívio familiar cheio de calor humano, as crianças a brincar, o par de noivos a noivar, os adultos a saborear tua carninha gostosa, em conversa amena, as idosas a recordar o passado.

Eu julgo que este quadro irá ajudar-te a aceitar a tua triste sina e pensa que serás sempre recordado. Se não tivesses estado entre nós, num arroz gostoso, quem se lembraria, jamais, de um vulgar pato que nadava, algures, num pacato lago.

Maria80

Sem comentários: