terça-feira, 9 de dezembro de 2008

uma visita

Harry Potter visitou-me enchendo a minha casa com o seu mundo de fantasia.

Bicadas sucessivas na minha cabeça acordaram-me de um sono profundo, três corujas com seus sábios olhares chamaram-me veementemente:

- Acorda, acorda, este hábito que os muggles têm de dormir fá-los perder momentos de magia.

Inexplicavelmente vejo-me junto da vitrine dos meus sapatinhos,


Uma bruxa desdentada, com a ajuda da sua vassoura, abriu-me as portas de par em par, barreira que me separava dos meus amiguinhos. Harry com a sua varinha mágica dá-lhes vida; seres liliputianos calçam os sapatinhos à sua época e imagem.

Entusiasmados e eufóricos, vieram todos ao meu encontro num desejo de quebrar o silêncio que há vários anos os aprisionava.

Os anjos de Sévres, arrastando sua grinalda juntaram-se ao anjinho solitário e sobrevoaram-me alegres com sua liberdade.

Validoso por ter sido o primeiro da colecção, o sapato verde recorda a minha ida ao sótão onde o encontrei dentro de um velho baú.

Uh, uh, acenava-me o tinteiro pondo de lado a tristeza da sua inutilidade.

O gato feliz nem se esforçava para apanhar o rato.

O paliteiro correu para cima da mesa de jantar para ocupar o seu posto.

O mensageiro do amor veio até mim a fim de eu poder ler o recado apaixonado que transmite.

Damas gentis tudo pisavam com seus sapatinhos de salto.

As botas, cheias de botões faziam inveja à Juliana do primo Basílio, que certamente as iria exibir em algum jardim público.

- Vim da Índia!

- Sou um Cowboy!

- Vim de Israel!

O meu avôzinho, com sua bota de elástico aproximou-se da caixinha de café para cheirar uma pitada.

Os artesanais sentiam-se discriminados, mas a figurinha do Tosco, realçou perante todos a arte dos barristas que os moldaram.

Aproveitando a confusão o vagabundo de Paris põe-se a recolher esmola, um hábito que anos de inércia não fizeram esquecer.

Procuro Harry para lhe agradecer tanta magia – Só tu querido feiticeiro, poderias por a comunicar tantos seres, oriundos dos mais variados pontos do globo. Ele olhou-me com amizade e, ajustando seus óculos, enrola-se em sua capa e prepara-se para fugir acompanhado por seu amigo Hagrid.

Antes que se acabasse a fantasia aproxima-se de mim o charutinho:

- Lembras-te de mim? Fui comprado numa tabacaria por um parzinho de namorados!

- Jamais te esquecerei, respondi pegando-lhe com muito carinho!

1 comentário:

Anónimo disse...

Finalmente consegui ler a história dos sapatinhos!!E valeu a pena, tá espectacular!!!Beijinhos da Carolina!