terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Margaridas

DINASTIA DAS MARGARIDAS:

Em família sempre prestei homenagem ao nome MARGARIDA, pois assim se chamaram a minha bisavó, avó e posteriormente minha filha e um das minhas netas.

Vejamos o que a minha Margarida, a terceira da dinastia, pensa a este respeito.

O PORQUÊ DE ME CHAMAR MARGARIDA:

Margarida é o nome de uma flor, eu sei! Há quem não as aprecie porque o seu cheiro é um pouco desagradável, mas de uma grande beleza, decorativas, dignas de enfeitar o mais nobre salão; existem também as campestres, à beirinha das estradas, agitando-se à mais pequena aragem que por elas passa, outras mais atrevidas tentam subir as encostas em busca de mais sol.

Há quem prefira as rosas pois o seu perfume é mais atractivo, flor preferida pelos apaixonados que adoram presentear as suas amadas com lindos bouquets enfeitados com belos laços coloridos, mas os espinhos? Quem é que não se lembra de nunca ter picado os dedos nesses traiçoeiros picos de tão magníficas flores?

As minhas duas bisavós: Margarida de Sabóia e sua filha Margarida Teotónia, eram como as flores campestres, belas mas resistentes, que não se deixavam desfolhar à mais pequena aragem, eram mulheres firmes e de garra.

Sempre gostei do meu nome! Não me perguntem porquê? Talvez porque toda a minha vida ouvi falar destas minhas bisas, da sua simpatia e bondade.

Minha mãe adorava essa sua grande avó e ouvia-a com gosto desfiar suas recordações:

Histórias da sua infância, na Quinta Margarida, o estudo prolongado de piano, o carinho com que a criada lhe preparava, numa terrininha de loiça azul, uma açorda bem gostosa, para lhe dar ânimo para continuar com o seu trabalho; dos brincos de ouro, com franjinhas, que me pertencem actualmente, comprados com o fruto do “negócio” da venda dos ovos da sua querida menina à minha trisavó, pois alguns pintainhos da ninhada tinham lhe sido atribuídos. Os passeios a cavalo, que tanto apreciava, a descrição do seu fato de amazona, enfim um desfilar de doces lembranças.

Lembro-me dela vagamente, pois não tive o privilégio de crescer a seu lado, somente através das histórias contadas pela minha mãe, muitas vezes com os olhos húmidos de emoção.

Cresci e verifiquei que tinha herdado o seu nome, que tanto preso, e sinto-me como uma bela margarida, colhida no seu jardim e pousada no seu regaço.

Gostaria de possuir algo mais da sua personalidade mas guardo como uma relíquia o seu nome, que para mim é um tesouro.

E se um dia mais tarde eu tiver netos, resta-me a consolação de que serei também uma avó Margarida.

Margarida

2 comentários:

Unknown disse...
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Unknown disse...
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